Ladainha (litaniæ da palavra grega litaneyein = pedir) significa: a) A repetição de certas invocações de Deus ou dos Santos; b) Uma reunião de pessoas, que em comum, rezam estas invocações, uma procissão. A procissão das Ladainhas faz-se com a intenção de implorar a Deus o perdão dos pecados dos homens, e de obter a proteção celeste sobre os bens da terra. Por isso, durante a procissão, pode-se fazer a bênção dos campos. Procure o cristão não descurar a bela prática das Ladainhas, cônscio de que para nada serve suas fadigas sem a benção de Deus; acorra, pois, a elas com espírito de fé e com recolhimento. Ladainhas Menores (Rogações): Na diocese de Vienne, na Gália (hoje França), no séc. V, diante das calamidades que estavam vindo sobre toda a província, o bispo do lugar, S. Mamerto, desejando encorajar o povo, levou-o a dirigir especiais súplicas a Deus. Para isso, ele prescreveu três dias de expiação, durante os quais os fiéis fariam obras de penitência, e andariam em procissão, cantando salmos. Os três dias que precediam à festa da Ascensão foram os escolhidos. Sem suspeitar, o Santo bispo de Vienne lançava os fundamentos de uma instituição que toda a Igreja iria um dia adotar. S. Alcimo, sucessor de S. Mamerto na diocese, diz que a prática das Rogações já estava bem consolidada entre seus fiéis. S. Cesário de Arles, no começo do séc. VI, fala das Rogações como de um costume já muito espalhado, designando ao menos por estas palavras toda a porção das Gálias. Assim, as Rogações estenderam-se rapidamente por todo o ocidente. Já estavam estabelecidas na Espanha no séc. VII, e não tardaram em ser introduzidas na Inglaterra e nas novas igrejas da Germânia.
Ladainhas Maiores (25 de Abril): No século V, a Santa Igreja instituiu uma procissão para substituir a procissão pagã (robigalia) que se fazia no dia 25 de Abril para pedir a proteção para os frutos e as searas contra a ferrugem. Nesta época, este dia ainda não tinha sido escolhido para a festa de São Marcos, por isso, estas Ladainhas não têm nenhuma ligação com a festa do referido santo.
No fim do século VIII, sob o pontificado de S. Leão III, Roma também adotou as Rogações, e como já havia uma procissão no dia de S. Marcos, esta ficou sendo chamada Ladainhas Maiores, e as Rogações, Ladainhas Menores. Porém, a igreja de Roma não quis introduzir três dias de observâncias quaresmais durante o tempo pascal: por isso não prescreveu jejum para estes dias, limitando-se só a prescrever a abstinência. Porém, com o passar do tempo, desapareceu a abstinência nestes dias.
O canto das ladainhas dos Santos levou a dar, a estes dias de preces públicas, a designação de dias de rogações; mas, porque em Roma existia já uma procissão semelhante, no dia 25 de Abril, as Rogações começaram a denominar-se Ladainhas menores, e a procissão de 25 de Abril, Ladainhas maiores.
Fonte:
Curso de Liturgia, 3ª Edição, ano 1952, Pe. João Batista Reus, S. J.
Missal Romano Quotidiano, por Dom Gaspar Lefebvre.
Faça um comentário