“Laetare”! Alegra-te, Santa Igreja, Jerusalém nova, pela abundância que reina em ti! Em breve repicarão alegremente os sinos da Páscoa, convidando teus filhos batizados a partir, juntos, o Pão da vida, corpo d’Aquele que multiplicou os pães para a multidão faminta.
O IV Domingo da Quaresma é chamado “Laetare” por causa da primeira palavra do introito: é ainda intitulado “Mediano”, porque marca a metade da Quaresma.
A Igreja, neste dia, cessa a piedosa tristeza da Quaresma: os cantos da missa não falam senão de alegria e consolação; o órgão, que permaneceu mudo nos três domingos precedentes, faz ouvir novamente sua voz melodiosa; permite-se substituir nos ornamentos sacros a cor roxa pelo róseo. Com efeito, vimos estes mesmos ritos praticados por ocasião do terceiro domingo do Advento, chamado “Gaudete”.
“Laetare”. É o grito de júbilo, ao chegar o meio da Quaresma, antecipação da alegria pascal, que há-de jorrar da Cruz. Em Roma, a estação congregava-se na igreja de Santa Cruz de Jerusalém, escolhida, propositadamente, para cantar as alegrias e as grandezas da nova Jerusalém, a Igreja terrestre e a Cidade celeste.
Que o nosso coração transborde de sentimentos de alegria (Introito), de louvor e de reconhecimento a Deus, pela abundância dos dons que está para dar-nos (Ofertório, Communio). Com efeito, aproxima-se a comemoração do dia em que Jesus nos libertou da escravidão de Satanás, restituiu-nos a liberdade de filhos de Deus (Epístola) e, com o Batismo, nos fez entrar na celeste Jerusalém, a Igreja (Tractus, Communio), onde nos alimenta com suas carnes eucarísticas, de que é figura a multiplicação dos pães (Evangelho).
Os paramentos cor-de-rosa, o órgão, as flores no altar, são sinais da sua alegria, que as jubilosas melodias gregorianas vêm, ainda, sublimar.
Referências bibliográficas: Missal Romano Quotidiano, Vivendo a Quaresma, “L’anné liturgique” de Dom Prosper Guéranger.
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