“José dorme, é verdade, mas está simultaneamente disposto a ouvir a voz do anjo (Mt 2,13ss). Parece depreender-se da cena o que o Cântico dos Cânticos tinha proclamado: eu dormia, mas o meu coração estava vigilante (Cânt 5,2). Os sentidos exteriores repousam, mas o fundo da alma pode ser tocado. Esse José que dorme, mas que ao mesmo tempo está preparado para ouvir o que ecoe no seu íntimo e desde o alto, é o homem em que se unem o recolhimento íntimo e a prontidão.” (Cardeal Joseph Ratzinger, Roma, 1992)
O silêncio de São José não é meramente passivo, ou um silêncio que conduz à inercia, mas um silêncio fecundo, que produz frutos pela prontidão e pela generosidade. José é um homem pronto para ouvir a Deus, pronto para executar o plano de Deus; até mesmo quando dorme, quando tudo parece fazer o máximo silêncio à sua volta, quando seu corpo é tomado pela inatividade e pala inercia do sono, ele é um homem pronto para ouvir a Deus, pronto para identificar na voz do anjo a voz do próprio Deus. Pronto e generoso em escutar e em levantar-se logo para colocar em execução o projeto do Senhor.
Ao invocarmos nesses dias São José, nos preparando para sua festa, peçamos a ele a graça de vivermos essa prontidão e generosidade em ouvir e em executar tudo aquilo que o Senhor nos pede. Que possamos aprender com o santo Patriarca a fazer silêncio, a nos recolhermos, a calar os sentidos externos para que o nosso interior possa vigiar e melhor ouvir a Deus que nos fala. Que possamos aprender com o nosso pai e senhor, São José, a vivermos um silêncio fecundo, não meramente passivo, inerte e preguiçoso de quem quer apenas repousar e esquecer a vida. Sempre prontos para Deus, todo dia, o dia todo, a noite toda, sempre, sempre prontos para o Senhor nosso Deus.
São José, rogai por nós!
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