Liturgia Dominical – † Vigília do Natal

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† Vigília do Natal roxo – 1ª classe.

E ela dará à luz um Filho, ao qual tu darás o nome de Jesus. Ev.

Intróito / Êxodo 16. 6-7; Salmo 23. 1

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.

Hódie sciétis, quia véniet Dóminus et salvábit nos: et mane vidébitis glóriam eius. Ps. Dómini est terra, et plenitúdo eius: orbis terrárum, et univérsi, qui hábitant in eo. ℣. Glória Patri

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Hoje sabereis que o Senhor vírá, e nos salvará; e amanhã vereis à sua glória1. Sl. Do Senhor é a terra e tudo que ela contém: o orbe inteiro e quantos nele habitam. ℣. Glória ao Padre.

1 Transposição do texto do Êxodo: « Esta noite sabereis que Javé nos tirou do Egito, e amanhã de manhã vereis a glória de Javé. » O mesmo no gradual.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Numa breve oração, o celebrante resume e apresenta a Deus os votos de toda a assembleia, votos estes sugeridos pelo mistério ou solenidade do dia.

Deus, qui nos redemptiónis nostræ ánnua exspectatióne lætíficas: præsta; ut Unigénitum tuum, quem Redemptórem læti suscípimus, veniéntem quoque Iúdicem secúri videámus, Dóminum nostrum Iesum Christum, Fílium tuum: Qui tecum vivit et regnat.

Ó Deus, que nos alegrais anualmente com a expectação de nossa redenção, concedei que, recebendo com alegria o vosso Filho Unigênito, Nosso Senhor Jesus Cristo, vindo como Redentor, possamos também esperá-Lo confiantes, quando vier como Juiz, Ele, que, sendo Deus, con’Vosco vive e reina.

Leitura epístola de São Paulo Apóstolo aos Romanos 1. 1-6

Leitura ordinariamente extraída das epístolas ou cartas dos Apóstolos; daí o seu nome. Algumas há tiradas dos escritos do Antigo Testamento. As epístolas do ano litúrgico formam um conjunto doutrinal de alto valor para a vida cristã. 

Paulus, servus Iesu Christi, vocátus Apóstolus, segregátus in Evangélium Dei, quod ante promíserat per Prophétas suos in Scriptúris sanctis de Fílio suo, qui factus est ei ex sémine David secúndum carnem: qui prædestinátus est Fílius Dei in virtúte secúndum spíritum sanctificatiónis ex resurrectióne mortuórum Iesu Christi, Dómini nostri: per quem accépimus grátiam, et apostolátum ad oboediéndum fídei in ómnibus géntibus pro nómine eius, in quibus estis et vos vocáti Iesu Christi, Dómini nostri.

1Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado ao apostolado, escolhido para anunciar o Evangelho de Deus, 2que Ele havia antes prometido por seus Profetas, nas santas Escrituras, 3acerca de seu Filho. Este nasceu da linhagem de Davi, segundo a carne, 4predestinado Filho de Deus, com poder, segundo o Espírito de santificação2 por sua ressurreição dentre os mortos, Jesus Cristo, Nosso Senhor. 5Por Ele recebemos a graça do apostolado, para trazer em seu Nome à obediência da fé 6todos os gentios; entre eles, sois também vós chamados por Jesus Cristo, Nosso Senhor.

2 De boa mente diríamos: « segundo a sua natureza humana…segundo a sua natureza divina… »

A frase ficou em suspenso. Toda a Missa é um anúncio da vinda de Cristo e esta breve perícope basta para no-lo apresentar tal como é: Filho de Deus, Filho de David anunciado pelos profetas, ressuscitado de entre os mortos. De pagãos que éramos, fomos chamados ao conhecimento e à graça da boa nova.

Gradual / Êxodo 16. 6-7; Salmo 79. 2-3

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Hódie sciétis, quia véniet Dóminus et salvábit nos: et mane vidébitis glóriam eius. ℣. Qui regis Israël, inténde: qui dedúcis, velut ovem, Ioseph: qui sedes super Chérubim, appáre coram Ephraim, Béniamin, et Manásse.

Hoje sabereis que o Senhor virá e nos salvará; e amanhã vereis a sua glória. ℣. Vós, que governais a Israel, escutai; Vós, que como à ovelha, conduzis a José. Vós, que estais assentado acima dos Querubins, manifestai-Vos resplandecente perante Efraim, Benjamim e Manassés.

Aleluia

« Aleluia » é um grito de júbilo, que significa: « louvai ao Senhor ».

Allelúia, allelúia. ℣. Crástina die delébitur iniquitas terræ: et regnábit super nos Salvátor mundi. Allelúia.

Aleluia, aleluia. ℣. Amanhã será apagada a iniquidade da terra e sobre nós reinará o Salvador do mundo. Aleluia.

Evangelho segundo São Mateus 1. 18-21

Proclamação solene da Palavra de Deus. Ponto culminante desta primeira parte da Missa, a leitura ou canto do Evangelho, é revestida da maior solenidade. O respeito para com ele, exige seja escutado de pé. Nas Missas solenes, o livro é levado honorificamente em procissão. É incensado antes de começar a leitura; e, terminada ela, é reverentemente beijado pelo celebrante.

Cum esset desponsáta Mater Iesu Maria Ioseph, ántequam convenírent, inventa est in útero habens de Spiritu Sancto. Ioseph autem, vir eius, cum esset iustus et nollet eam tradúcere, vóluit occúlte dimíttere eam. Hæc autem eo cogitánte, ecce, Angelus Dómini appáruit in somnis ei, dicens: Ioseph, fili David, noli timére accípere Maríam cóniugem tuam: quod enim in ea natum est, de Spíritu Sancto est. Páriet autem fílium, et vocábis nomen eius Iesum: ipse enim salvum fáciet pópulum suum a peccátis eórum.

18Estando já desposada, Maria, Mãe de Jesus, com José, antes que habitassem juntos, achou-se ter esta concebido por obra do Espírito Santo. 19Então José, seu esposo, como era um homem justo e não a queria difamar, resolveu deixá-la secretamente. 20Enquanto porém intentava fazer isso, eis que um Anjo do Senhor apareceu-lhe em sonhos, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa, porque O que nela está concebido foi formado pelo Espírito Santo. 21E ela dará à luz um Filho, ao qual tu darás o nome de Jesus; porque Ele salvará o seu povo de seus pecados.

CREDO…

Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Salmo 23. 7

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.

 Tóllite portas, principes, vestras: et elevámini, portæ æternáles, et introíbit Rex glóriæ.

Abri, ó príncipes, as vossas portas; alargai-vos, pórticos eternos, e o Rei da glória entrará.

Secreta

É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon. É neste último que se faz propriamente a oblação do sacrifício.

Da nobis, quǽsumus, omnípotens Deus: ut, sicut adoránda Fílii tui natalítia prævenímus, sic eius múnera capiámus sempitérna gaudéntes: Qui tecum vivit et regnat.

Concedei-nos, ó Deus onipotente, que assim como preparamos o adorável natalício de vosso Filho, da mesma forma, alegres, recebamos os seus dons sempiternos, Ele, que, sendo Deus, convosco vive e reina.

Communio / Isaias 40. 5

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Revelábitur glória Dómini: et vidébit omnis caro salutáre Dei nostri.

A glória do Senhor se manifestará, e toda carne verá a salvação por nosso Deus.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Da nobis, quǽsumus, Dómine: unigéniti Fílii tui recensíta nativitáte respiráre; cuius coelésti mystério páscimur et potámur. Per eundem Dominum nostrum Iesum Christum.

Concedei-nos, Senhor, que se alegrem os nossos corações, festejando o nascimento de vosso Filho Unigênito cujo celeste Mistério nos dá Alimento e Bebida. Pelo mesmo Jesus Cristo.

Meditação

Realiza-se o grande mistério

Ó Verbo Incarnado, meu Salvador, mostrai-me as lições cheias de sabedoria encerradas no mistério da Vossa Encarnação.

1 — Entre todas as obras que Deus realizou no tem­po e fora de Si, a maior é a Encarnação redentora do Verbo, porque tem por termo, não uma simples criatura, por mais sublime que seja, mas o próprio Deus, o Verbo eterno, que assume no tempo uma natureza humana. Maior, porque sendo a suprema manifestação do amor misericordioso de Deus, é, entre todas, a que mais O glorifica, glorificando-O precisamente em relação à caridade que é a essência de Deus. Maior, por último, pelo bem imenso que traz aos homens; a salvação, a santificação, a felicidade eterna de todo o gênero humano dependem da Encarnação do Verbo, de Jesus Verbo Incarnado. Deus Pai « escolheu-nos antes da criação do mundo, para sermos santos e imaculados… pre­destinou-nos para sermos Seus filhos adotivos por (meio de) Jesus Cristo… NEle temos a redenção… a remissão dos pecados, segundo as riquezas da Sua graça… Deus convivificou-nos em Cristo… e nos ressuscitou e nos fez sentar nos céus com Jesus Cristo » (Ef. 1, 4-11; 2, 5-6). Jesus, o Verbo incarnado, é a única fonte da nossa salvação e da nossa santidade; sem Ele o homem não poderia chamar Deus pelo doce nome de Pai, não poderia amá-lO como um filho ama o seu pai, não pode­ria nunca esperar ser admitido à Sua intimidade; não haveria nem graça nem visão beatífica de Deus. Sem Jesus o homem ficaria prisioneiro dentro dos limites de uma vida puramente humana, privado de todo o hori­zonte sobrenatural para o tempo e para a eternidade.

2 — A Encarnação do Verbo, a maior obra de Deus, destinada a iluminar e salvar o mundo inteiro, reali­za-se na obscuridade, no silêncio, no meio das circuns­tâncias mais humildes e mais humanas. O edito de César obriga Maria e José a deixarem a sua casinha de Nazaré e ei-los a caminho, a pé como os mais pobres, apesar do estado de Maria que está prestes a ser Mãe. Não se julgaram autorizados a atrasar a viagem, não fi­zeram objecções, obedeceram com prontidão e simpli­cidade. Quem manda é um homem, mas o seu profundo espirito de fé descobre na ordem do Imperador pagão a vontade de Deus. E vão confiados na divina Provi­dência; Deus sabe, e Deus providenciará: « todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus » (Rom. 8, 28). Em Belém não há lugar para eles, não lhes resta senão abrigarem-se numa gruta dos arredores. A miséria daquele refúgio de animais não os apoquenta nem escandaliza: sabem que o Menino que vai nascer é o Filho de Deus, mas sabem igualmente; que as obras de Deus são bem diferentes das dos ho­mens! E se Deus quer que a Sua maior obra se realize ali, naquela miserável gruta, na mais extrema pobreza, Maria e José nada têm a replicar. Bastaria um pouco de espírito humano para se perturbarem, para duvi­darem, para se desorientarem… Maria e José são profundamente humildes, por isso, são dóceis e cheios de fé em Deus. E Deus, conforme o Seu costume, serve-Se de tudo o que é humilde e desprezível aos olhos do mundo para realizar a mais grandiosa das Suas obras: a Encarnação do Verbo.

Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D. Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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