Liturgia Dominical – nº 08 † 15º Domingo depois de Pentecostes

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17 de setembro de 2017

† 15º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES

verde – 2a. classe.

« E o que estava morto se sentou, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. » Ev.

Intróito / INCLINA Salmo 85. 1-4

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.

Inclína, Dómine, aurem tuam ad me, et exáudi me: salvum fac servum tuum, Deus meus, sperántem in te: miserére mihi, Dómine, quóniam ad te clamávi tota die. Ps. Lætífica ánimam servi tui: quia ad te, Dómine, ánimam meam levávi. ℣. Glória Patri.

Inclinai, Senhor, os vossos ouvidos para mim, e atendei-me. Meu Deus, salvai o vosso servo que em Vós espera. Tende piedade de mim, Senhor, pois, eu clamo por Vós todo o dia. Sl. Alegrai a alma de vosso servo; porque, a Vós, Senhor, elevo a minha alma. ℣. Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Miseratio continuata mundet et muniat »: uma misericórdia, cuja ação, sempre presente, dá incessantemente à Igreja a sua força e pureza.

Ecclésiam tuam, Dómine, miserátio continuáta mundet et múniat: et quia sine te non potest salva consístere; tuo semper múnere gubernétur. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Vossa contínua misericórdia, Senhor, purifique e fortaleça a vossa Igreja, e, porque, sem Vós, ela não pode subsistir ilesa, dignai-Vos sempre governá-la com a vossa graça. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Gálatas 5. 25-26; 6. 1-10

É a continuação da epístola do último domingo sobre o programa duma vida cristã, vivida ao sopro do Espírito Santo: lembrar-se da fraqueza humana e estar vigilante, guardar-se do mal, fazer o bem a todos, na medida de suas forças.

Fratres: Si spíritu vívimus, spíritu et ambulémus. Non efficiámur inanis glóriæ cúpidi, ínvicem provocántes, ínvicem invidéntes. Fratres, et si præoccupátus fúerit homo in áliquo delícto, vos, qui spirituáles estis, huiúsmodi instrúite in spíritu lenitátis, consíderans teípsum, ne et tu tentéris. Alter alteríus ónera portáte, et sic adimplébitis legem Christi. Nam si quis exístimat se áliquid esse, cum nihil sit, ipse se sedúcit. Opus autem suum probet unusquísque, et sic in semetípso tantum glóriam habébit, et non in áltero. Unusquísque enim onus suum portábit. Commúnicet autem is, qui catechizátur verbo, ei, qui se catechízat, in ómnibus bonis. Nolíte erráre: Deus non irridétur. Quæ enim semináverit homo, hæc et metet. Quóniam qui séminat in carne sua, de carne et metet corruptiónem: qui autem séminat in spíritu, de spíritu metet vitam ætérnam. Bonum autem faciéntes, non deficiámus: témpore enim suo metémus, non deficiéntes. Ergo, dum tempus habémus, operémur bonum ad omnes, maxime autem ad domésticos fídei.

Irmãos: 25Se vivemos no Espírito, conduzamo-nos também pelo Espírito. 26Não cobicemos a vanglória, provocando-nos mutuamente e invejando uns aos outros. 1Meus irmãos, se um homem for surpreendido em algum pecado, vós que sois espirituais, instruí-o com espírito de mansidão, considerando a vós mesmos, para que não venhais também a ser tentados. 2Carregai o peso uns dos outros: assim, cumprireis a lei do Cristo.3Porque, se alguém se julga alguma coisa, quando nada é, a si mesmo se engana. 4Examine cada um suas próprias ações e, então, terá sua glória somente em si mesmo, e não se compare com outro. 5Porque, cada um carregará o seu próprio peso. 7Aquele que é catequizado na palavra, reparta de todos os seus bens com aquele que o catequiza. Não vos enganeis; de Deus não se zomba. Pois, aquilo que o homem semear, isso também colherá. 8O que semear em sua carne, recolherá da carne corrupção, e o que semear no Espírito, do Espírito colherá a vida eterna. 9Não nos cansemos, pois, de fazer o bem, porque em tempo propício colheremos o fruto, se houvermos sido constantes. 10Portanto, enquanto temos tempo, façamos bem a todos, mormente aos companheiros de fé.

Gradual /Salmo 91. 2-3

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Bonum est confitéri Dómino: et psallere nómini tuo, Altíssime. . Ad annuntiándum mane misericórdiam tuam, et veritátem tuam per noctem.

É bom louvar ao Senhor, e cantar em honra de vosso Nome, ó Altíssimo! ℣. Para anunciar a vossa misericórdia desde a manhã, e a vossa fidelidade durante a noite.

Aleluia /Salmo 94. 3

Allelúia, allelúia . Quóniam Deus magnus Dóminus, et Rex magnus super omnem terram. Allelúia.

Aleluia, aleluia. ℣. O Senhor é o grande Deus, o grande Rei sobre toda a terra. Aleluia.

Evangelho segundo São Lucas7. 11-16

« Se todos têm olhos para verificar a ressureição dum morto, como no caso do filho da viúva de Naim, nem todos os têm para ver as ressureições dos mortos espiritualmente. Para isso, é preciso estar-se espiritualmente ressuscitado » (S. Agostinho, em matinas).

In illo témpore: Ibat Iesus in civitátem, quæ vocátur Naim: et ibant cum eo discípuli eius et turba copiósa. Cum autem appropinquáret portæ civitátis, ecce, defúnctus efferebátur fílius únicus matris suæ: et hæc vidua erat: et turba civitátis multa cum illa. Quam cum vidísset Dóminus, misericórdia motus super eam, dixit illi: Noli flere. Et accéssit et tétigit lóculum. – Hi autem, qui portábant, stetérunt. – Et ait: Adoléscens, tibi dico, surge. Et resédit, qui erat mórtuus, et coepit loqui. Et dedit illum matri suæ. Accépit autem omnes timor: et magnificábant Deum, dicéntes: Quia Prophéta magnus surréxit in nobis: et quia Deus visitávit plebem suam.

Naquele tempo, 11ia Jesus para uma cidade chamada Naim. Iam com Ele os seus discípulos e uma grande multidão. 12E quando chegou perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto, filho único de sua mãe, que era viúva. Vinha com ela muita gente da cidade. 13Vendo-a, o Senhor moveu-se de compaixão para com ela, e disse-lhe: Não chores. 14Depois, aproximou-se e tocou no esquife. (E os que o levavam, pararam). Então, Jesus, disse: Jovem, eu te digo, levanta-te. 16E o que estava morto se sentou, e começou a falar. E Jesus o entregou à sua mãe. Todos, porém, se encheram de temor; e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande Profeta surgiu entre nós; e Deus visitou o seu povo.

Pregação

CREDO…

 Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Salmo 39. 2-4

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Exspéctans exspectávi Dóminum, et respéxit me: et exaudívit deprecatiónem meam: et immísit in os meum cánticum novum, hymnum Deo nostro.

Ansiosamente esperei no Senhor e Ele me atendeu; ouviu a minha súplica: pôs em minha boca um cântico novo, um hino de louvor a nosso Deus.

Secreta

É a antiga « oração sobre as oblatas », ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Tua nos, Dómine, sacramenta custodiant: et contra diabólicos semper tueántur incúrsus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Fazei, Senhor, que os vossos Sacramentos nos guardem e nos defendam sempre de todos os ataques do demônio. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / João 6. 52

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Panis, quem ego dédero, caro mea est pro saeculi vita.

O Pão que eu dou é a minha carne [imolada] para a vida do mundo.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Mentes nostras et córpora possídeat, quǽsumus, Dómine, doni coeléstis operátio: ut non noster sensus in nobis, sed iúgiter eius prævéniat efféctus. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Fazei, Senhor, Vos rogamos, que nossos corpos e nossas almas sejam inteiramente submetidos à influência deste Dom celestial, de sorte que sempre em nós predominem os efeitos deste Sacramento e não o nosso próprio sentir. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação

Jesus Nossa Vida

Ó Jesus vida da minha alma, fazei-me ressuscitar cada dia para uma nova vida de caridade e de fervor.

1 — Na Missa de hoje predomina um pensamento tantas vezes repetido na liturgia e tão querido ao nosso coração: Jesus é a nossa vida. Tudo o que de bom há em nós é fruto da Sua graça: pela Sua graça permanecemos firmes no bem (Colecta); pela Sua graça podemos viver segundo o espírito (Epístola); pela Sua graça ressuscitamos do pecado (Evangelho) e, alimentando-nos com a Sua carne, alimentamos em nós a Sua vida (Communio). Sem Jesus estaríamos na morte, sem Ele nunca poderíamos viver esta magnífica vida do espírito que S. Paulo nos descreve na Epístola de hoje. (Gal. 5, 25 e 26; 6, 1-10)

Escolhamos nela alguns pensamentos. « Não nos façamos ávidos da vanglória, provocando-nos uns aos outros. Se alguém julga ser alguma coisa não sendo nada, a si mesmo se engana. » A humildade é apresentada aqui como o fundamento da concórdia fraterna: quem é soberbo leva consigo um foco de discórdia porque, preferindo-se aos outros, será muitas vezes provocador, invejoso, será altivo e desprezará aqueles que são inferiores a si.

« Se algum homem for surpreendido em algum delito, vós, que sois espirituais, admoestai-o com o espírito de mansidão. » Quem procura escalar as alturas deve estar atento para não criticar quem caminha mais embaixo, para não se escandalizar com as fraquezas dos outros e se o dever lhe impõe admoestar alguém, deve fazê-lo com doçura e com bondade; doçura que é ainda fruto da humildade porque, ao corrigir os outros, é necessário sempre vigiar-se a si próprio: « não caias também em tentação ».

« Não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo colheremos. » As dificuldades da vida espiritual não devem desanimar-nos, mesmo quando não conseguimos superá-las. Deus não nos exige o êxito, mas que renovemos continuamente os nossos esforços, ainda que não lhes vejamos os resultados. « A seu tempo », isto é, quando Deus quiser e do modo que Lhe agradar, colheremos os frutos com a condição, porém, de « não desfalecermos ».

2 — No Evangelho (Lc. 7, 11-16) o conceito Jesus nossa vida é ainda mais claro. O Mestre encontra-Se com o triste cortejo que acompanha um jovem à sepultura; a sua mãe soluça junto dele e « o Senhor movido de compaixão para com ela, disse-lhe: ‘Não chores’ ». Depois « aproximou-se e tocou no esquife. Então disse: ‘Jovem, eu te digo, levanta-te!…’ e entregou-o a sua mãe ». Jesus é o Salvador que tem compaixão das nossas misérias e que usa da Sua onipotência divina para as aliviar; hoje vemo-lO operar um milagre para consolar uma mãe viúva, restituindo-lhe, cheio de vida, o filho já morto. É um rasgo da delicadeza do Seu amor por nós; mas quantos outros não brotaram do Seu coração, talvez menos visíveis, mas não menos amorosos e vivificantes! « Encontramos no Evangelho três mortos ressuscitados visivelmente pelo Senhor — comenta Santo Agostinho — mas Ele ressuscitou milhares de mortos invisíveis. » Escrevendo estas palavras, o Santo devia recordar-se com reconhecimento inefável do milagre imensamente maior que Jesus tinha realizado em seu favor, fazendo-o ressuscitar da morte do pecado.

Sto. Agostinho, como tantos outros santos, é um ressuscitado. Se os santos que viveram na inocência exercem sobre nós uma grande fascinação, os ressuscitados do pecado têm ainda maior poder para nos encorajar na luta. Se vencer o orgulho, a sensualidade e todas as outras paixões é duro para nós, não o foi menos para eles; também eles conheceram as nossas tentações, as nossas lutas, as nossas quedas; e se ressuscitaram, por que não poderemos nós também ressuscitar?

Nem sempre — graças a Deus — se trata de ter que ressuscitar do pecado grave, mas temos sempre de ressuscitar de pequeninas infidelidades diárias que, se não forem reparadas, pouco a pouco enfraquecem o fervor da vida espiritual. Neste sentido, todos os dias e a todas as horas temos necessidade de ressuscitar; no entanto, muitas vezes não temos força para isso. Mas se invocarmos Jesus, nossa vida, Ele nos tocará com a Sua graça, como tocou com a Sua mão o ataúde do jovem de Naim, derramará em nós novo vigor e voltará a pôr-nos, cheios de coragem, no caminho da perfeição. A ressurreição do jovem foi obtida pelas lágrimas da sua mãe; que a nossa seja impetrada, cada dia, pelas lágrimas do nosso coração, pela compunção, pela humildade, pela confiança.

Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D. Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967

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