Liturgia Dominical – nº 13 † 20º Domingo depois de Pentecostes

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†20º DOMINGO DEPOIS DE PENTECOSTES

verde – 2a. classe.

« No Evangelho devemos fazer nos­sas as palavras do oficial do rei: Vinde, Senhor, curar-nos, auxiliar-nos. Vinde, Senhor, aos nossos corações pela graça do Santo Sacrifício. Vinde enriquecer-nos por vossa presença sacramental na santa Co­munhão. E vinde também, Senhor, buscar-nos um dia, para a nossa pátria celestial. »

Intróito / Daniel 3. 29-35; Salmo 118.1

O Intróito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia.

Canto solene de entrada, o Introito como que enuncia o tema geral da Missa ou solenidade do dia. Compunha-se antigamente duma antífona e de um salmo, que se cantava por inteiro. Hoje o salmo está reduzido a um só versículo.

Omnia, quæ fecísti nobis, Dómine, in vero iudício fecísti, quia peccávimus tibi et mandátis tuis non obedívimus: sed da glóriam nómini tuo, et fac nobíscum secúndum multitúdinem misericórdiæ tuæ. Beáti immaculáti in via: qui ámbulant in lege Dómini. ℣.Glória Patri.

Senhor, tudo quanto nos fizestes, foi com justiça que o fizestes; porque, pecamos contra Vós, e não obedecemos a vossos mandamentos; agora, porém, glorificai o vosso Nome e agi conosco, segundo a grandeza de vossa misericórdia. Sl. Bem-aventurados os puros em seus caminhos; os que andam na lei do Senhor. ℣.Glória ao Pai.

Oração (Colecta)

Pedimos ao Senhor aquilo de que precisamos nesse dia para a nossa salvação.

Culposo, o homem tem necessidade do perdão de Deus e da sua paz.

Largíre, quǽsumus, Dómine, fidélibus tuis indulgéntiam placátus et pacem: ut páriter ab ómnibus mundéntur offénsis, et secúra tibi mente desérviant. Per Dominum nostrum Iesum Christum

Concedei, Senhor, benignamente a vossos fiéis o perdão e a paz, para que sejam purificados de toda culpa, e Vos sirvam com firme confiança. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Epístola de São Paulo Apóstolo aos Efésios5. 15-21

A vida cristã deve conduzir-se sob o olhar de Deus, na disponibilidade de se fazer sempre o que Ele pede; e então a presença do Espírito Santo derramará, na alma, a ação de graças e a alegria.

Fratres: Vidéte, quómodo caute ambulétis: non quasi insipiéntes, sed ut sapiéntes, rediméntes tempus, quóniam dies mali sunt. Proptérea nolíte fíeri imprudéntes, sed intellegéntes, quæ sit volúntas Dei. Et nolíte inebriári vino, in quo est luxúria: sed implémini Spíritu Sancto, loquéntes vobismetípsis in psalmis et hymnis et cánticis spirituálibus, cantántes et psalléntes in córdibus vestris Dómino: grátias agéntes semper pro ómnibus, in nómine Dómini nostri Iesu Christi, Deo et Patri. Subiecti ínvicem in timóre Christi.

Irmãos: 15Tende cuidado em andar com circunspecção; não como insensatos, e sim como prudentes.16Aproveitai o tempo, porque, os dias são maus. 17Assim, pois, não sejais imprudentes, mas, tratai de conhecer a vontade de Deus. 18E não vos embriagueis com vinho, do qual nasce a impureza; mas ficai repletos do Espírito Santo. 19Entoai salmos, hinos e cânticos espirituais; cantai e salmodiai ao Senhor em vossos corações. 20Dai sempre e por tudo graças a Deus, nosso Pai, em Nome de Nosso Senhor Jesus Cristo [pela Eucaristia].21Submetei-vos uns aos outros no temor do Cristo.

Gradual /Salmo 144. 15-16

Gradual e Aleluia, são cantos intercalares, por via de regra, tirados dos salmos e que traduzem os devotos afetos produzidos na alma pela leitura da Epístola ou sugeridos pelo Mistério do dia.

Oculi ómnium in te sperant, Dómine: et tu das illis escam in témpore opportúno. ℣.Aperis tu manum tuam: et imples omne ánimal benedictióne.

Os olhos de todos em Vós esperam, Senhor, e Vós lhes dais alimento a seu tempo. ℣. Abris a vossa mão e encheis de bênçãos todos os viventes.

Aleluia /Salmo 107, 2

Allelúia, allelúia. ℣.Parátum cor meum, Deus, parátum cor meum: cantábo, et psallam tibi, glória mea. Allelúia.

Aleluia, aleluia. ℣. Ó Deus, preparado está o meu coração; sim, preparado está o meu coração; cantarei e entoarei salmos a Vós que sois a minha glória. Aleluia.

Evangelho segundo São João 4. 46-53

Louvada pelo próprio Jesus, a humilde e firme confiança do oficial de Cafarnaúm foi duplamente recompensada com a cura de seu filho e o dom da fé.

In illo témpore: Erat quidam régulus, cuius fílius infirmabátur Caphárnaum. Hic cum audísset, quia Iesus adveníret a Iudæa in Galilæam, ábiit ad eum, et rogábat eum, ut descénderet et sanáret fílium eius: incipiébat enim mori. Dixit ergo Iesus ad eum: Nisi signa et prodígia vidéritis, non créditis. Dicit ad eum régulus: Dómine, descénde, priúsquam moriátur fílius meus. Dicit ei Iesus: Vade, fílius tuus vivit. Crédidit homo sermóni, quem dixit ei Iesus, et ibat. Iam autem eo descendénte, servi occurrérunt ei et nuntiavérunt, dicéntes, quia fílius eius víveret. Interrogábat ergo horam ab eis, in qua mélius habúerit. Et dixérunt ei: Quia heri hora séptima relíquit eum febris. Cognóvit ergo pater, quia illa hora erat, in qua dixit ei Iesus: Fílius tuus vivit: et crédidit ipse et domus eius tota.

Naquele tempo 46havia um oficial do rei cujo filho estava doente em Cafarnaúm. 47Tendo ouvido que Jesus voltara da Judéia para a Galiléia, foi ter com Ele, e pediu-lhe que viesse à sua casa e curasse seu filho, que estava à morte. 48Disse-lhe, então, Jesus: Se não vedes milagres e prodígios, não credes. 49O oficial do rei respondeu: Senhor, vinde, antes que meu filho morra. Disse-lhe Jesus: 50Vai, o teu filho vive. Acreditou o homem na palavra de Jesus e partiu. 51Quando ele já ia para casa, vieram-lhe ao encontro seus criados e deram-lhe a notícia de que o seu filho vivia. 52Perguntou-lhes, então, a hora em que o doente se achara melhor: responderam-lhe: Ontem pela sétima hora, a febre o deixou. 53Reconheceu logo o pai ter sido aquela a mesma hora em que Jesus lhe dissera: Teu filho vive. E ele acreditou e toda a sua família.

CREDO…

Concluímos a Ante-Missa com essa profissão de fé.

Breve compêndio das verdades cristãs e Símbolo da fé católica. Com a Igreja, afirmemo-las publicamente e renovemos a profissão de fé que fizemos no Batismo.

Ofertório / Salmo 136. 1

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito.

Com o Ofertório, começa a segunda parte da Missa ou Sacrifício propriamente dito. Três elementos o constituíam antigamente: apresentação das oferendas, canto de procissão, oração sobre as oblatas.

Super flúmina Babylónis illic sédimus et flévimus: dum recordarémur tui, Sion.

Junto aos rios de Babilônia, ali nos assentamos e choramos, lembrando-nos de ti, ó Sião.

Secreta

É a antiga “oração sobre as oblatas”, ponto de ligação entre o Ofertório e o Cânon.

Cæléstem nobis præbeant hæc mystéria, quǽsumus, Dómine, medicínam: et vítia nostri cordis expúrgent. Per Dominum nostrum Iesum Christum.

Nós Vos suplicamos, Senhor, que estes divinos Mistérios sejam para nós celestial remédio, e purifiquem os nossos corações de todos os vícios. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Communio / Salmo 118. 49-50

Alternando com o canto dum salmo, acompanhava (e ainda hoje pode acompanhar) a comunhão dos fiéis.

Nas Missas cantadas, se canta, enquanto o sacerdote toma as abluções e recita as orações seguintes em que se pedem para a alma os frutos da Comunhão.

Meménto verbi tui servo tuo, Dómine, in quo mihi spem dedísti: hæc me consoláta est in humilitáte mea.

Lembrai-Vos, Senhor, de vossa palavra a vosso servo. Nela me destes esperança e ela me consola em minha miséria.

Postcommunio

Súplica a Deus para que nos conceda os frutos do Sacrifício.

Ut sacris, Dómine, reddámur digni munéribus: fac nos, quǽsumus, tuis semper obedíre mandátis. Per Dominum nostrum Iesum Christum

Fazei, Senhor, Vos pedimos, que sempre obedeçamos a vossos preceitos, a fim de que sejamos dignos de receber os vossos Dons sagrados. Por Nosso Senhor Jesus Cristo.

Meditação

Rumo à Pátria

Senhor, ensinai-me o caminho para chegar até Vós.

1 — A liturgia dos últimos domingos depois do Pentecostes tem uma tonalidade particular, a tonalidade das coisas que se aproximam do fim. Com efeito, o ano litúrgico terminará em breve e, ao terminar, convida-nos a refletir sobre a caducidade da vida presente e a volver os olhos para a vida eterna que nos espera. As almas recolhem-se espontaneamente na revisão das próprias posições: como empregamos o tempo recebido de Deus? No Intróito encontramos esta humilde confissão: « Senhor, pecamos contra Vós e não obedecemos aos Vossos preceitos », e na Coleta este pedido de perdão: « Senhor, deixai-Vos aplacar e concedei aos Vossos fiéis o perdão e a paz ». Depois, na Epístola (Ef. 5, 15-21), S. Paulo ensina-nos a usar do melhor modo possível o tempo que nos resta para chegarmos à glória eterna: « Cuidai em andar com prudência, não como insensatos, mas como circunspectos, recobrando o tempo, pois os dias são maus ». O apóstolo explica-nos em que deve consistir a nossa sabedoria: « Não sejais imprudentes, mas considerai qual é a vontade de Deus ». A maior insensatez e imprudência que se pode cometer na viagem desta vida é a de seguir o próprio capricho, a própria vontade; desta maneira percorre-se um caminho muito arriscado por onde nunca chegaremos à meta, ao passo que a única via que a ela nos conduz é a vontade de Deus. Quem procura sinceramente a vontade divina e caminha nela, em lugar de ser guiado pelo seu próprio espírito, é guiado pelo Espírito de Deus, o Espírito Santo, e portanto pode ter a certeza de não errar. « Enchei-vos do Espírito Santo — exorta-nos hoje S. Paulo — falando entre vós com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor em vossos corações… submissos uns aos outros ». Quando uma alma se deixa guiar docilmente pelo Espírito Santo, Ele toma-a e invade-a até a encher de Si. Desta plenitude, brota espontaneamente o espírito de oração, a virtude, a humilde submissão e a concórdia fraterna.

Caminhar na vontade divina, sob a direção do Espírito Santo, é seguir o caminho mais rápido e seguro para chegar à pátria celestial.

2 — É impossível descobrir e percorrer o caminho da vontade divina sem a fé; o Evangelho de hoje (Jo. 4, 46-53) fala-nos precisamente da fé e das qualidades que esta deve ter para agradar a Deus.

Um oficial do rei, tendo ouvido falar das curas maravilhosas operadas por Jesus, dirige-se ao Seu encontro e roga-Lhe que vá a sua casa para « curar o seu filho que estava a morrer ». Este homem tem fé na virtude taumaturga do Mestre, mas está bem longe de crer que Ele é o Filho de Deus. Jesus compreende e responde: « Se não virdes milagres e prodígios, não credes ». Estas palavras, dirigidas historicamente àquele oficial e aos seus conterrâneos, valem moralmente para todos os que fazem depender a sua fé daquilo que se vê ou apalpa. São poucos os que creem com simplicidade no Evangelho, na Revelação, no magistério da Igreja; a maioria fica indiferente e só se comove ao presenciar algum fato insólito que lhe fere os sentidos. É verdade que o Senhor também Se pode servir disso para ajudar a nossa fraqueza, mas não é esta a fé que Lhe agrada: « Bem-aventurados os que não viram e creram! » (Jo. 20, 29), disse a Tomé que não queria acreditar se não visse o lugar dos cravos e não metesse o dedo nas chagas. O motivo profundo da fé não é a nossa experiência, não é o ter visto ou tocado com a mão, mas a autoridade de Deus. Deus revelou-Se, Ele não Se engana nem nos pode enganar e nós acreditamos confiados na Sua palavra. Crer na palavra de Deus, é a fé genuína, fé pura que agrada ao Senhor.

Jesus, que queria conduzir o oficial do rei a esta fé, disse-lhe: « Vai, o teu filho vive ». Aquele homem acreditou na palavra que Jesus lhe disse e partiu. Ainda não era a fé sobrenatural no Filho de Deus; todavia era um ato de fé na palavra do Mestre e, embora imperfeito, produziu o seu fruto: o filho ficou curado. O Senhor não exige mais do que se Lhe pode dar; quando vê boa vontade, quando vê esforço sincero, Ele próprio intervém para aperfeiçoar a obra. Deste modo a fé imperfeita e ainda humana do oficial foi premiada com a cura do filho e, em consequência, a sua fé tornou-se sobrenatural; acreditou em Jesus, não já como simples profeta ou taumaturgo, mas como Filho de Deus: « creu ele e toda a sua casa ».

Nesta vida caminhamos para Deus, não na visão, mas na fé; quanto mais pura e despojada de elementos humanos for a nossa fé, tanto mais agradará a Deus e melhor nos permitirá conhecer e cumprir com amor a Sua santa vontade.

Extraído do Livro Intimidade Divina­ — P. Gabriel de Santa Maria Madalena O.C.D. Segunda edição (Traduzida da 12ª edição italiana) — 1967.

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