“Pai, se for possível, afaste-se de Mim este cálice. Todavia, faça-se a vossa vontade, e não a minha!”
Expiação do pecado por parte de Jesus
Constituído de dois domingos que antecedem imediatamente a Páscoa, o Tempo da Paixão delineou-se no século VII, quando se começou a dar maior relevância ao mistério da Cruz, o segundo domingo da Paixão, ou Domingo de Ramos, primeiro dia da Semana Santa, revela o caráter quaresmal nas Orações e Leituras.
Comentário Dogmático: No Tempo da Paixão, a Santa Igreja revive a cena do Calvário. Descrevem-se, às vezes de maneira dramática, o ódio e as conjurações dos judeus, que procuram matar a Jesus, o Justo e Inocente. Recorda-se a instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, efetuada na última Ceia. Celebram-se os mistérios dolorosos da Paixão e Morte de Jesus Cristo, que revelam o seu infinito amor por nós.
Ensinamento Ascético: A Paixão de Cristo é exemplo e ensinamento. Exemplo de paciência e resignação; ensinamento que nos leva a abraçar com amor os sofrimentos e provas da vida. As almas generosas e fervorosas procuram, de fato, seguir a Jesus Cristo até o sacrifício e a imolação de si mesmas. E por isso não medem esforços para manter-se em estado de graça, observar os mandamentos de Deus. Cumprir os deveres do próprio estado, mortificar as próprias inclinações desordenadas e professar, com destemor, a própria fé, mesmo entre os incrédulos. O sacrifício e a imolação levam à aceitação paciente e generosa das cruzes, adversidades, contradições, preocupações, dores, angústias, transtornos, separações, privações, calúnias, perseguições, desgraças, doenças e lutos. O sacrifício e imolação movem, além disso, as mortificações voluntárias que não impeçam o cumprimento dos deveres e que não causem danos à saúde, Jesus aplica os frutos de sua imolação somente aos que a ela se associam, pois essa divina imolação produz o seu pleno efeito quando unida à nossa oferta.
Nesse Tempo da Paixão procuremos reviver, na meditação e na contemplação, todos os momentos da vida do Salvador.
Caráter Litúrgico: A liturgia do Tempo da Paixão tem duas particularidades:
l) A obrigação de velar o Crucifixo e as imagens dos altares: Deriva provavelmente do uso, comprovado já no século IX, de estender um véu diante do presbitério, desde o início da Quaresma. Esse rito lembrava aos fiéis que ao receber as cinzas na fronte tornavam-se penitentes e por isso não mereciam ver as cerimônias do Santo Sacrifício. É simbolicamente um sinal de tristeza, condigna do Tempo, e exprime o ocultamento da divindade de Cristo, que tolerou assim ser maltratado, humilhado e perseguido pelas suas criaturas.
2) A supressão do Salmo Júdica me, no princípio da Missa, do Glória Patri no fim do Lavabo e nos Responsórios do Ofício e, durante o Tríduo Sagrado, também no final dos salmos.
Extraído do livro “Vivendo a Quaresma”
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